A minha singela homenagem ao poeta
Herberto Hélder de Oliveira que infelizmente morreu no passado dia 23 de Março,
com 84 anos. O poeta que nasceu em 1930 no Funchal morreu em Cascais na sua casa.
Era considerado o maior poeta português da segunda metade do século XX.
Distinguido em 1994 com o Prémio
Pessoa, recusou recebê-lo. "Não digam a ninguém e dêem o prémio a
outro", pediu ao júri.
Herberto
Hélder
um dia destes tenho o dia inteiro
para morrer
um dia destes tenho o dia inteiro
para morrer,
espero que não me doa,
um dia destes em todas as partes do corpo,
onde por enquanto ninguém sabe de que maneira,
um dia inteiro para morrer completamente,
quando a fruta com seus muitos vagares amadura,
o dom – que é um toque fundo na ferida da inteligência:
oh será que um poema entre todos pode ser absoluto?
:escrevê-lo, e ele ser a nossa morte na perfeição de poucas linhas
espero que não me doa,
um dia destes em todas as partes do corpo,
onde por enquanto ninguém sabe de que maneira,
um dia inteiro para morrer completamente,
quando a fruta com seus muitos vagares amadura,
o dom – que é um toque fundo na ferida da inteligência:
oh será que um poema entre todos pode ser absoluto?
:escrevê-lo, e ele ser a nossa morte na perfeição de poucas linhas
(Servidões; ed. Assírio &
Alvim, 2013)