Livro com o autografo da escritora datado de 1899.
A polémica de "Ele" fundamenta-se no facto de o livro tratar locais e personagens que não eram mais dos que os sítios e as pessoas com as quais a autora conviveu em Sines, ainda que lhes tenha atribuído diferentes nomes.
Presume-se que o seu personagem Luís Guedes é Francisco António de Campos, pai da autora; Cléo, é a própria escritora; Frantze é Frank Pidwell; Vasques Bruto é António Arsénio de Campos; José Paulino é João Caetano; Leonor Vasques é Isabel Pidwell; Pulquéria é a mulher de António Arsénio de Campos; Padre Mateus é o Padre Maia, assim como as Pedras Negras são o Pontal da Praia de Sines. O dr. Macedo era, segundo o historiador Arnaldo Soledade, Francisco Luís Lopes, autor de "Breve Notícia de Sines".

Entre Sines e a alta sociedade lisboeta
Nascida a 28 de janeiro de 1859, filha de Maria Augusta Palma de Campos e de Francisco António de Campos, tem por padrinho de batismo seu avô, Guarda-Mor de Saúde do Porto de Sines, Jacinto José Palma.
Casa em 1875 com Joaquim D’Ornelas e Matos. Ela tem apenas 16 anos e ele 19. O Barão de S. Pedro, José Ribeiro da Cunha, é testemunha de casamento.
Em jovem frequentou o Colégio de Mrs. Kutle, na Rua do Alecrim, em Lisboa. Privou com a mais alta sociedade lisboeta da altura, frequentando a Academia de Ciências de Lisboa e os Salões Literários do Casino.
"Cláudia de Campos era uma mulher feliz, alegre e linda", afirma Maria Amália Vaz de Carvalho no seu diário.
Para além do seu lado de escritora, foi uma intelectual inovadora, ensaísta da condição da mulher.
Escreveu um "Ensaio de Psicologia Feminina", onde analisa Charlotte Brontë, Condessa de Lafayette, Baronesa de Staël, Josephine de Neuville, Rainha da Roménia. Estudou também Edward Thomas, Gibson, Masefield e outros.
Texto: http://www.sines.pt/frontoffice/pages/719
Exposição sobre a escritora no Centro de Artes de Sines patente até ao dia 02 de Abril.